Momentos de Mudança é a nova série documental da SIC.
De acordo com a informação no site da SIC, estes momentos "são aqueles instantes em que a vida muda para sempre. Pontos de viragem que são afinal partida e chegada a novos capítulos. Todos vivemos Momentos de Mudança".
Mas esta séria é muito mais do que isso, são retratos de pessoas que vivem na pele o que acontece no mundo, que batalham pela coragem de se fazerem à luta, de enfrentarem os desafios e as dificuldades.
São retratos de pessoas que não conseguem não chorar quando se emocionam, que não conseguem deixar de querer ser felizes.
Revi-me em todos os três episódios a que assisti.
No primeiro, aquando do parto do Duarte e a Mãe diz, mas isto não pode ser normal, e a enfermeira responde, acredite que é normal. Quando somos Mães pela primeira vez, passamos a vida a ouvir que tudo é normal, quando a nós mais nos parece que tudo é absurdo e impossível de acontecer.
Revi-me ainda na Alexandra, quando diz que tem muito orgulho nos pais. História incrivel a daquela família, que todos fossem unidas como a deles. Pessoas fenomenais que se amam, só isto devia contar.
Mas o que mais me marcou, foi a história do Vitor, que teve que fechar a fábrica que o Pai construíu e que foi o sustento de uma família, por vinte anos.
Custou-me testemunhar o ele dizer às trabalhadoras que já não há trabalho, que se acabou. Custou-me ainda mais perceber que ele não o soube fazer, mas que também não há forma certa para o fazer.
Admirou-me que ele soubesse reconhecer que também errou, que deveria ter diversificado, mas que não o soube fazer.
Fez-me chorar quando o vi falar com a Mulher e os filhos, pelo skype.
Dói tanto estar longe daqueles que amamos. Dói mesmo e não é só na alma, é também no corpo!
Nem quero imaginar o que um pai sente quando não vê os filhos crescer de perto, de ter uma vida longe de tudo o que se ama.
Fiquei extremamente emocionada quando o vi chorar, quando o vi abominar a ideia de emigrar, mas no fim não ter outra alternativa.
Fiquei triste quando vi que aquelas Mulheres, algumas apenas na casa dos 40, ainda não têm trabalho, porque na verdade não o há. Que há-de ser daquelas famílias, todas com filhos, uma com netos.
Retrato de uma realidade que me faz sentir que voltámos aos tempos dos meus avós, aos tempos da sardinha, essa nem vê-la, só quando o rei fazia anos, e era uma para todos (quase 7), carne era uma amostra que se usava em várias sopas, para dar o gosto.
Para mim esta série está-se a revelar um trabalho jornalístico e cinematográfico fenomenal.
Recomendo vivamente!
Aqui fica o link, para quem como eu, não pode ver em directo:
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