Sunday, May 6, 2012

Mãe, anda, vamos passear!

"Sossegar não é descansar — não é uma consequência do cansaço. Quando Rebelo da Silva, citado por Moraes, que por sua vez cita o dicionário de Freire, diz ‘O coração não sossega, a vida cansa’, ambas as coisas são verdadeiras, mas a associação é enganadora, porque o coração não sossega por causa de a vida cansar. Há cansaços bons. Não. O coração não sossega, porque não tem com que sossegar. (...)Quando aparece um amigo sem avisar, interrompendo tudo o que se tencionava fazer, sossega-se. Quando se está a lutar contra a injustiça e a maldade, com todas as forças que se tem, sossega-se. Quando se acredita em Deus. Isso, sim, é sossegar. Gosto de ‘sossegar’ como verbo transitivo. Sossegar só por si não chega. É mais bonito sossegar alguém. E não é adormecendo ou tranquilizando, em jeito de médico a dar um sedativo, que se sossega uma pessoa. É enchendo-lhe a alma de amor, confiança, alegria, e tudo o mais que é o presente a tornar-se, de repente, futuro. É o futuro que sossega. ‘Amanhã vamos passear’ sossega mais que ‘Não te preocupes’ ou ‘Deixa lá, que eu trato disso’”.
(Texto de Miguel Esteves Cardoso)

Friday, May 4, 2012

Mais um Sonho..

File:Aurora Borealis Poster.jpg


Sempre disse que não podia morrer sem saltar de pára-quedas.
Mas de pará-quedas já saltei e sei que ainda não anseio pela hora da minha morte.
Se é que alguma vez a vou desejar.
Pois com que sonhar?
Sei-o bem!

Não quero partir deste Mundo sem antes presenciar os milagres da aurora boreal.
Um dia hei-de viajar para altas latitudes e descobrir as luzes do norte, hei-de ficar acordada noites e noites se for preciso esperar por uma tempestade geomagnética.

Quero, quero muito ver as luzes a caírem do céu!

Eis o meu novo Sonho!

Quando realizei o primeiro, levei-te comigo, ao segundo levo-te a ti e aos nossos rebentos.

Vêm-me um sorriso aos lábios ao pensar que um dia serão os nossos rebentos a ter sonhos.

(imagem retirada da wikipedia)

Wednesday, May 2, 2012

Quando não apetece..

Quando não apetece nada resolver os assuntos pendentes..

Quando tenho algo em estado pendente é porque não lhe sei o que fazer e não me apetece sequer tocar-lhe ou fazer seja o que for.. Fico eu mesma em estado pendente à espera que uma luz me ilumine.

 Eu não gosto nada de deixar algo por resolver indeterminadamente, mas quando isto acontece, porque acontece e ultimamente mais vezes do que as que eu gostava, só posso ser em crer que algo não está bem.

E depois dum daqueles treinos obrigatórios, que nada mais são do que uma bela lavagem cerebral, só posso acreditar que ando a carregar demasiados macacos nas minhas costas.

Eis que fica a história:

Ana, não sei que fazer com este macaco, podes-me ajudar?
Claro!
(e eis que me põem o macaco às costas)
Minutos mais tarde,"Ah, como levas esse macaco, também podes levar este, são idênticos"
(dois macacos às costas)
Um pouco mais tarde, "Toma este macaco" (sem pedir, sem perguntar, sem justificar).

Quando dás por ela tens um atrelado de macacos às costas, já nem tão pouco aguentas o peso, e o poir é que a tua especialidade nem sequer tem nada a ver com macacos, mas sim com peixinhos de aquário.

Apetece nunca mais dizer que sim, mas se dizes que não, não aprendes..

Mas e agora, o que faço?